Campeão brasileiro, Luiz Henrique Cocuzzi comemora título de olho no Mundial

Da esquerda para direita, atletas da Equipe Lar Nossa Senhora: Luiza Cocuzzi, Livia Dantas, Luiz Henrique Cocuzzi e Sabrina Oliveira (Foto: Rodrigo Pin/Scott)

Foram necessárias apenas duas temporadas na Elite para Luiz Henrique Cocuzzi conquistar o seu primeiro título nacional disputando a principal categoria do mountain bike nacional. O atleta SCOTT da Equipe Lar Nossa Senhora, que completou 24 anos na última quarta-feira (2/8), esteve na sede da IGP Sports e falou sobre o título, treinamento, evolução, além dos próximos objetivos na sua carreira. Veja as respostas abaixo:

1- No seu segundo ano disputando a categoria Elite, você conquistou seu primeiro título nacional. Você esperava uma ascensão tão rápida?

Luiz Henrique Cocuzzi: Quando você deixa a categoria Sub-23, o ritmo muda muito e a concorrência é maior. Na Elite você tem pelo menos dez adversários de alto nível que deixam a disputa ainda mais acirrada. Mesmo assim, não sei se esperava. Eu posso afirmar que trabalhei muito para isso. No final do ano passado, o Cadu Polazzo – meu treinador – e eu fizemos um trabalho forte de base com treinamentos focados na evolução e na busca por vitórias. Os resultados foram aparecendo. Em 2017, eu comecei bem e conquistei a medalha de bronze no Campeonato Pan-Americano. No decorrer da temporada, eu já sentia que estava evoluindo cada vez mais. Quando cheguei para disputar o Campeonato Brasileiro, já tinha expectativa de chegar entre os três primeiros colocados. Estudei meus adversários antes da prova e trabalhei bastante o psicológico. Felizmente as coisas deram certo. Quando os meus adversários já estavam mais cansados e ninguém tinha perna, eu abri a diferença. Foi uma prova bastante equilibrada e ter elaborado uma estratégia antes fez a diferença.

2- O que mudou na sua rotina de treinos depois da parceria com o Cadu Polazzo?

Luiz Henrique Cocuzzi: O Cadu é bastante organizado e programa os treinamentos, provas, desempenhos e evolução. Quando eu treinava sozinho, era algo mais “jogado”, sabe? Com o Cadu Polazzo, a ordem das coisas ficou mais clara. Eu consigo visualizar a prova e trabalhar o que preciso evoluir para ela, especificamente. Isso me ajudou muito. Antes de entrar na pista, já vou sabendo o quanto estou bem e até onde posso ir. Aumentou minha confiança e a estabilidade.

3- E como foi a comemoração depois do título de campeão brasileiro?

Luiz Henrique Cocuzzi: Foi uma semana de festa aqui no Lar Nossa Senhora. Todo mundo ficou muito feliz. Meu pai, por exemplo, até hoje não tirou o sorriso do rosto. Esse apoio da minha família e das pessoas à minha volta foi e ainda é muito importante.

4- O que mudou na sua rotina depois do título?

Luiz Henrique Cocuzzi: o treinamento continua o mesmo, mas o que eu senti diferença foi na parte motivacional. Quando o atleta colhe os resultados e sabe que está fazendo as coisas do jeito certo, a tendência é continuar nesse caminho para dar ainda mais certo. Eu treino, me dedico e o resultado vem conforme o meu esforço. Não adianta chegar antes da prova e pensar: “vou ganhar”. Preciso treinar e me dedicar, depois eu aplico tudo o que fiz durante a semana naquela prova. Não é sempre que o resultado vai aparecer, mas eu preciso estar preparado. Se eu vencer, comemoro. Se não, vou para a próxima. O importante é estar pronto.

5- Quais são os próximos objetivos para essa temporada?

Luiz Henrique Cocuzzi: O meu foco agora é o Mundial. Quero trazer um resultado melhor para o Brasil, mas essa é uma prova muito difícil e de altíssimo nível. Eu nunca fui para a Austrália e encarar uma viagem para o outro lado do mundo não é fácil. Espero chegar bem, andar na pista e me adaptar ao fuso-horário e ao país. Estou fazendo o melhor que posso para conquistar um bom resultado.

– Para fechar, qual a importância da bicicleta nessa sua evolução e nas suas conquistas?

Luiz Henrique Cocuzzi: No ciclismo, a bicicleta é 50%, os outros 50% são o atleta. Se bicicleta e atleta estiverem encaixados, o foco é 100% no terreno e no desempenho. Uma bicicleta boa e rápida que encara qualquer terreno, como subidas e descidas, faz toda a diferença. Quando entrei na categoria Elite, comecei a correr só com full suspension. A SCOTT lançou alguns modelos mais leves e que respondem bem rápido. Então, optei pela Spark 900 RC. É uma bicicleta que vai bem em qualquer terreno e me permite focar apenas na prova. Você entra na disputa muito mais tranquilo e focado. Isso faz toda a diferença.

O próximo grande desafio de Luiz Henrique Cocuzzi será no Campeonato Mundial de Mountain Bike, que será realizado de 5 a 10 de setembro, em Cairns, na Austrália.

As meninas do Lar Nossa Senhora

Além de Cocuzzi, as meninas do Lar Nossa Senhora tiveram um grande desempenho no Campeonato Brasileiro de Mountain Bike XCO: Sabrina Oliveira sagrou-se campeã na categoria Juvenil Feminino, Luiza Cocuzzi é campeã da Infanto Juvenil Feminina, e Livia Dantas levou o quarto lugar na categoria Sub-23 Feminino.